Vem, vem que tem
Não há mirongas
Salve todos álibes da periferia
A real voz
Despertando verdades, mentiras
Brasil, São Paulo, Campinas, interior
Sem patifaria
É o que liga
Segura a bronca e vê se não vacila
São três irmãos, aliados, chapados
Que não deixam brecha
Pra gente todo dia é dia de festa
Um B.O. pesado
Rachando de lado a lado
Justifica a luta do passado
Correrias perdidas, intrigas
Não é fácil não
Agora estamos na área
De igual para igual
Mostrando nosso valor
Expondo nosso arsenal
Autovalorização é a palavra chave
Tendo como suporte nas ruas
A nossa família
Fique à vontade, está tudo em casa
É a nossa firma
Uma mente ligada a outra
O único objetivo
Que é mostrar a verdade
De uma forma inteligente
Sem comédia
Idéia quente, sim,
Pode acreditar
Temos uma forte razão
Pra citar e falar
Sobre a vida de nossos irmãos
Brancos e negros no prejuízo
Sou o Mano Tuta
Rapper de primeira
E não dou motivo
Esperto na levada
Ciente na balada
Tem que ter proceder
Pode crer,
É o meu jeito de ser
Se liga na arapuca do sistema
A real voz da quebrada
DLN na jogada
O que poucos sabem
É que as dificuldades passadas
Não se limitam somente quando não se tem
Um trampo lançado, gravado, considerado
O problema vem de cima
Panela da mídia
Produtores que se vendem à manipulação
E só gravam comédia, não dão chance pra informação
Atual
E jogo na cara do otário
Pois essa é a real
A gravadora impõe as suas condições:
Rap comercial, sentido banal
Com apoio do rádio, TV, jornal
De modo em geral
Mas como sempre o som dos caras
Não tem nada a ver
Uma letra sal e açúcar
Não dá pra entender
Mais um patrocínio em uma costa larga
Investe um absurdo e diz que é muito bom
E já tá feita a merda!
Todo mundo sai cantando
A letra do fulano
Rap comercial
Cantando a mídia
E se esquece da rapazeada das favelas,
Becos e vielas
Sua origem já não vale nada
Mais um artista que se vende pra viver na praia
Mesmo assim não me abalo e vim falar a real
O nosso som é pancada e sem censura
É o que liga, cara
É o que liga, cara
Chega mais
Vou te falar o que ocorre aqui
Minha cidade não é a capital do Rap
Mas, de um tempo pra cá,
Eu sei que está ficado foda
Pois a rapazeada está na parada
Homens, mulheres, rachando lado a lado
No palco é bonito ver
Que minha cidade já está no mapa
Mais uma escola que forma profissionais
No mais alto padrão
Enriquecendo o movimeno, isso é muito bom
Cada um com seu estilo
Uma linha a ser seguida
Mas todos com um pensamento em mente
Que é de ser um rapper diferente
Letras que se destacam
De uma forma inteligente,
E não do tipo palha
Que não fala nada com nada
Eu não vejo graça
Eu não vejo graça...
É isso aí, Spike
(Aí, véi)
Segura a onda, mano
(Pode crer)
Até uma próxima
A idéia é essa aí, morô?
(É nóis)
DLN, mil novecentos e noventa e nove