Velho galpão de minha infância
Coberto de santa-fé
Os anos nos transformaram
Mas continuamos de pé
Guardando histórias no tempo
Abrigando gerações
No calor de tuas paredes
Aqueço minhas canções
Passam anos muitos anos
Mas você não envelhece
És templos dos meus anseios
Onde rezo minhas preces
Nos picumãs de teus caibros
Se revelam sentimentos
Que sucumbiram nos catres
Por ter me faltado alento
O chimarrão companheiro
Sorvido nas madrugadas
Revive sonhos antigos
Que se extraviaram na estrada
O vento entra pelas frestas
Trazendo recordações
Do calor dos lábios dela
Vindo de outros galpões
Quando eu não puder mais
Cavalgar essas lonjuras
Volto ao teu aconchego
Pra contemplar as planuras
Vou recordar com carinho
As noites que me aqueci
Envolvido em meus segredos
Que só contei para ti