Não vou mais ser pau-mandado, engolir bucha de patrão.
Vou juntar meus quase nada e sair pelo mundão.
Arrear o meu cavalo, com a coragem na frente, Minhas memórias na mente,
espingarda e facão na mão.
Trabalhar por conta própria, fazer serviço bem feito.
Dormir quando o sol se por amanhecer já no eito.
guardar cada trocado, cada centavo que eu ganho, Vou viver para o meu sonho, ter meu sitio meu rebanho.
Não precisa nem ser grande, coisa de muito terreno.
Me contento com um pedaço, mesmo que seja pequeno.
Basta ter um bom riacho ter passarinhos cantando
terra boa pra plantar o mantimento do ano.
Lá, vou fazer o meu rancho, ajeitar minha morada,
Plantar capim para o gado e milho pra galinhada.
Vou fazer tudo com fé Pra São João, meu Padroeiro.
Um mastro bem enfeitado vou erguer lá no terreiro.
Vou deixar tudo no jeito, cada coisa em seu lugar,
Vou rezar todas as noites sei que Deus vai me ajudar
Para que eu encontre logo a dona do meu coração
Ter um sitio ter família esse e o sonho de um peão.