Eu nasci pra fazer verso
não apoio a ditadura,
amando a liberdade
defendo nossa cultura -
A viola esta tinindo,
a platéia aplaudindo,
não tem ninguém que segura.
Sou filho do interior
da terra da agricultura,
na mesa do lavrador
pode crer que tem fartura -
No braço desta viola,
canta bem e não enrola,
o caipira sem mistura.
Me chamou de pé vermelho
uma pobre criatura,
pensando que abalava
a minha forte estrutura -
O coloquei no sufoco
quando eu lhe dei o troco,
sem perder minha postura.
No repique da viola
canto sem fazer figura,
o meu verde e amarelo
sempre em primeiro fulgura -
Eu sou um autodidata
não preciso usar gravata,
e nem ler a partitura.