Sempre vem
No mês de abril
Diz que descobriu o Brasil
Não é só São Paulo e Rio
Já conhece o imenso vazio
Ali depois do ponto
Em que se diz que tudo acabou
E que no seu entendimento tudo só começou
Deixa o frio e vem vadio
Pra pegar uma cor no Brasil
Vem por mar, vem de navio
Troca então o mar pelo rio
E vai de barco até sentir que dá pra andar sobre o chão
Para além do sertão
Chega então o tal vazio
Diz que é o coração do Brasil
Faz um som, um assobio
Sente então um forte arrepio
Ali o dia dura o tempo todo que precisar
E toda noite você jura nunca mais vai clarear
Mês de abril
Ano dois mil
Ninguém mais viu
Só se ouve agora o assobio
Sim!
Pássaro copia o que ouviu soar
Só ficou no morro seu perfil
Sim!
Morro só copia quem viveu por lá
Só deixou pra terra um elogio
Sim!
Só uma "terra à vista" pode se mostrar