Correria MC - Meninos Songtexte

Que todos eles me ouçam agora!

Se faz a luz, deitado em berço não tão esplêndido quanto quer,
foi escolhido a dedo e alimentado a fé.
seus pés pequenos crescerão, seus atos tecerão
seus destinos. Meninos são nossa ressurreição.
Obras divinas que portam sonhos e sinas
a nova chance de uma correção, limpeza das latrinas.
Um suspiro em meio ao caos, sementes de maus ou bons caminhos.
Meninos gostam de meninas,
meninos disputam espaço com outros meninos e vão cobrar seus inquilinos (né não?)
nem todos vencerão, o pódio não é grande o bastante e poucos podem pisar nesse chão,
então eles se armarão, se encherão de vida ou de morte e os com menos sorte cairão.
Hoje eu falo de vida pra que a vida seja os meninos e meninos sejam bikes nas avenidas


tantos meninos vem, tantos meninos vão
tantos meninos tem, tantos meninos não
tantos meninos sem, tantos meninos são
a esperança desse mundo sem noção (irmão) (2x)


Sem direito a infância, vivendo na ignorância
desde sedo lhe tiraram o direito de ser criança
vivendo então no farol, seja na chuva ou no sol,
não teve a oportunidade não sabe o que é futebol
Se divertir? Hilário. Função? Nos malabares.
Cresceu se acostumando em vielas e bares, habitat normal
Vivem seus genitores, traficantes, ladrões que são os seus professores
sua formação ninguém sabe.
Como será o seu fim? Certeza absoluta, pode ser bem ruim
queria deixar essa vida, não encontrou a saída
com certeza mais tarde, outra noite perdida
alucinado, drogado, menino anda assustado, não sabe do seu futuro, triste foi seu passado,
não frequentou a escola, não sabe nem escrever.
Na minha reflexão meninos vão falecer.


Tantos meninos vem, tantos meninos vão
Tantos meninos tem, tantos meninos não
Tantos meninos sem, tantos meninos são
a esperança desse mundo sem noção (irmão) (2x)


São mais de doze horas, menos de doze anos,
pra por doze molas no pé de cinquenta mil manos.
Dezenas? Não! Centenas? Não!
Milhares que vão suando pra alimentar a demanda dos paquitão
que tão montando império com o sofrimento alheio,
sifrão pra quem explora e ameaça sem receio.
Não dão a mínima pra quem não tem mais esperança e apagam o brilho de quem ainda sonha com recreio. (em vão)
Sem bolacha na lancheira irmão, sem brincadeira, sem rolimã na ladeira.
A missão, descrição: esquecer o mundo e trabalhar.
Sabe que tá fazendo sapato que ele próprio nunca vai usar.
Soldadinho de chumbo, seu posto, odeia um milhão de pessoas que nunca sequer viu o rosto.
A seu gosto se matar parece o melhor a fazer.
Impossível, quem não vive não pode morrer, então...


Tantos meninos vem, tantos meninos vão
Tantos meninos tem, tantos meninos não
Tantos meninos sem, tantos meninos são
a esperança desse mundo sem noção (irmão) (2x)
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