E todos os dias antes de dormir repetia a mesma oração
Não pedia nada pra si
Não fechava os olhos pra não se perder do que via ao seu redor
Metade por dor
Ou medo de não tentar
A gente se entrega ao que não vê
Eu falo de amor
Eu falo de perdoar
De estender a mão sem receber
O menino via o mundo real, sem fabulação
Sem manipulação da televisão, sem compreensão
Pedindo atenção
Dormindo em jornais que contam tragédias que ele tanto viu
Ouvindo reclamações por causa de uma café que estava frio
O menino via o mundo real
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