C4 - Facção Ideológica - RAP DUPLO Songtexte

O bicho tá pegando eu sei que você viu
Em qualquer lugar em toda parte do Brasil.
E temos que seguir assim agüentando as conseqüências
Eu quero o melhor, mas tem muita violência.
A vida é assim e estaremos sempre expostos
Procure a verdade guardada dentro do seu rosto.
Por que isso é a melhor forma de ajudar os outros
De ajudar os outros, de ajudar os outros.
Tento progredir, mas não adianta
Dizem que é verdade, mas é só garganta.
Eu quero me encaixar num poderoso plano astral
Viver com dignidade ludibriando o mal.
Agora eu vou voltar pra um lugar bem sutil
Lugar bem conhecido codinome Vila Rio.
A madrugada por aqui é muito triste
Ouvi uns estampidos você também ouviu?
Foi tudo de repente e os assassinos foram embora
O corpo estava quente e do lado uma senhora.
Eu sempre vou achar que isso é coisa loca
Mataram um rapaz e levaram suas roupas.
Isso é verdade o assunto é verídico
Deixaram ele pelado pra passar por maníaco
Passar por maníaco, passar por maníaco.

Por que sofrer, pra que chorar, já não dá mais
Pra que provar que sou aqui um bom rapaz.
Se nunca confiou e nunca vai confiar
Em um verdadeiro que é difícil de encontrar.
Sai pra lá falsidade, ambição
Dignidade tem de monte vem como os irmãos.
Na rua é embaçado, também é cruel
Eu vejo meus irmãos apanhando como se não fosse nada.
Na calada, na bocada, parada errada
Sofre como se fosse nada.
E o que acontece? Policia tá armada!
Molecada triste só leva porrada.
Olhem para mim e veja o resultado
Não sou mais que ninguém apenas ando armado
E se ando assim é só pra me proteger
Das pessoas, do mal que querem nos corromper.
Não! Não sou ladrão, não sou doutor
Sou apenas um cidadão trabalhador.
Que da periferia assim como a maioria
Que acorda todo dia e sai para trampar.
Essa literatura na cabeça é um adianto
Eu quero dar meu trampo, não vou me condenar.
Mas infelizmente um mano meu se condenou
E dele pra vocês eu vou contar o que restou.
Mas infelizmente um mano meu se condenou
E dele pra vocês eu vou contar o que restou.
Restou uma família condenada
E a morte do meu mano que foi programada.
Restou uma família condenada
E a morte do meu mano que foi programada.

Não foi um não foi dois nem foi três
Apertaram o gatilho mais de uma vez.
Foram treze tiros com uma três, oito, zero
Na subida perto do cemitério.
O que eu sei eu vou lhe falar
Os caras vieram programados pra matar
E para fazer isso não tiveram argumentos
Só foi jogando uma vida no vento.
E o que restou dessa parada
Não restou mais nada, não restou mais nada.
Restou uma família condenada
E a morte do meu mano que foi programada
Restou uma família condenada
E a morte do meu mano que foi programada

Pode crê, vi isso também
Pra Deus digo amem, e muita paz sei que não tem.
Se diz ai, quer saber, só quer sofrer
Diz ai meu parceiro muita gente vai morrer.
Com tiro na cabeça, vai de escopeta
Vai moleque ai, para de ser besta.
Anda na direita, não caia com a esquerda
O bicho pega se você marcar bobeira.
É desse jeito então
Reflexão, união com os irmãos.
Que chega então representa na função
Faz um som de bandido pro Louco ficar doidão.

Abre o olho, não peça socorro
Piolho que apronta na área tá morto.
Só vejo desgraça, chumbo na carcaça
É o tempo que passa e me deixa sem graça.
Quem fica na brisa esquece a família com frio e com fome
Com saco de cola debaixo da ponte.
Ruas de terra, becos e vielas
De um lado a riqueza do outro a favela.
É que sufoco jogo cabuloso
Quem manda e desmanda quem é poderoso?
De toca e blusa tem nego que abusa
Enquadro na rua um tapa na nuca.
Se liga maluco de dezessete
Que já tem pivete que masca chiclete
Menina, moleca aos doze é esperta
Pra mano de trinta já abriu as pernas.
Mó dó da família que sempre protege
Mas na barriga já tem um pivete.
Dias de chuva, todos com medo
Vem à enchente, um pesadelo.
O desespero vem a nocaute
Enfrentando a chuva com bacia e balde.
Água invadindo deus tá chorando
Acaba a luz, fica e ventando
A chuva engrossando o medo aumentando
A cassa caindo e as telhas voando.
Olha os bico olhando
O desespero que vai se alastrando.
Playboy em casa não quer mais nada
Tem empregada, mil de mesada.
Camisa da moda, tênis importado
Eu na moral com meu Hemp Rasgado.
Todo largado e ele de escolta
A desigualdade gera revolta.
Fica dando brecha, tá embaçado
O filho da puta quer ser assaltado.
Os mano da vila dando mó brecha
Os home enquadra vira mó festa.
Eu não vou dar brecha, então vou zarpa
Não vou dar boi pro azar me pegar.
Vou para casa tudo se acabou
Eu vou dormir minha noite acabou.
Me preparar e repor energia
Me preparar que amanhã é outro dia.
É outro dia.

É o lado negro, c4 e o gueto
Somos desse jeito porque o ser humano não é perfeito.
Sem bater no peito agente vai chegar
A idéia é essa, mas é pra rimar.
Agente chega e pega o som pluga toda aquela droga
E sai um som legal que a periferia toda goza.
É uma droga e os caros vêm à noite
E que se foda o que se foi e manda ai pra nóis.
Vamos lá
Reflexão é um ato que não vou deixar
U.G.

Pode deixar vou chegar representar pra firmar
Vim do morro, Mano H, Black doido pra rimar.
Com os parceiros eu vou colar não vou decepcionar
De bombeta e calça larga, lá do morro, Mano H.
Com o microfone na mão, malandro eu sou o cão
Eu faço um RAP pra representar com os irmãos.
Vou te dizer, também é só um fato
Nem tudo está perfeito, levo no peito c4.
É nóis na fita, B.M.L tá também
É lado a lado meu parceiro nunca me deixou só.
Só na maior faz um som e a base muito louca
De bombeta ou de toca, to na rua vou de toca.
No microfone, provando que aqui é homem
Eu sou sujeito homem, não fujo da realidade.
Aqui dignidade o pesadelo de mais tarde
União do gueto é nóis na fita ladrão.
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