Há muito tempo que eu já vinha escutando
De uma festa na cidade
Um concurso complicado pra vaca participar
E este ano, tava todo orgulhoso
Minha vaca Margarida com um tal toro
Manhoso Depois de criar barriga
Deu à luz a uma bezerra, dava gosto só de olhar
Então, no dia desta festa tão famosa, eu levei
A Margarida, com uma fita no pescoço
Toda limpa e escovada pro doutor examinar
Eu não sabia qual de nós era o mais prosa
Se era eu ou minha vaca na hora de desfilar
O doutor disse que ela era mestiçada, que ela não valia nada, nem ali era pra estar
Ele falou que a orelha era de gir
Tinha um pouco de holandês e também de guzerá
Que ela era um bocado de mistura
Que nada tinha de pura, não podia disputar
Mas mesmo assim desfilei minha vaquinha
Lá na festa da cidade, só pra todo mundo olhar
É tatu com cobra seu moço
Isto eu posso lhe afirmar
Mais o que interessa seu moço
É o leite que ela dá
Ah! se todo homem seu moço
Pensasse que nem eu
O leitinho das crianças, seu moço, nunca mais ia faltar
E pra acabar de contar esta estória
Toda esta minha glória só me falta lhes falar
Que mesmo sendo filha de tatu com cobra
Todo dia eu agradeço, peço a Deus a sua benção
Pelo leite que ela dá Tiro leite, tiro leite, tiro leite
Tiro leite todo dia Tiro leite, tiro leite, tiro leite
Tiro leite que ela dá (bis)