Cordões de borboletas
Tingindo o céu da mata
Colorindo a cortina
Verde-viva da floresta
Pétalas douradas
Esculpidas pelos Deuses
Com acordes de cristais
Ao ritmo das águas ( das águas)
O cheiro do mato
Lendário rio Negro
Grito das araras, boiúna (Os anjos vão tocar)
Na palmeira do Miriti
Ao sabor dos ventos
Sou curumim, sou curumim
É flor na corrente
É sopro suave
É vôo mais leve que ave
Borboletas vão pousar
Nas folhas bordadas em gotas de sereno
É Tempo, é tempo
Terras que caem, ilhas andarilhas
O casulo se desfaz, na trama, na teia da vida
Sou, sou icamiaba, sou boto das águas
Teatro e mata fechada
Sou a rima, a Muhraida
O remo, a taba, o curare ligeiro que mata
Quero respirar...Amazônia
Dos verdes mistérios, dos seres estranhos
Quero respirar...Amazonas
Das águas de Omágua, paradas nos igapós.
Sou encontro das águas, na prece dos rios
No recanto da floresta um cantar
Entoam os caboclos
Sou, eu sou um caboclo, (bis)
Eu sou Caprichoso e tenho a alma Azulada