Estive mudo enquanto o choro propagava na sala
Senti o clamor de piedade a mim, descendo pra vala
Não toco, não sofro, não falho, não minto... Sou vítima e réu
De costas pro barro, encosto a palma no céu
Eu vi a luz vencer a sombra, o tempo fragmentava
A noite enfim virou dia, e o amanhã cintilava
Vidas curadas, a paz sucede ao desespero
Parto pra vê-los um dia, 21 gramas a menos
Eu sou menos humano que fui
(Sou mais divino, toda riqueza do mundo já não faz mais sentido)
Eu sou o destino que flui
(Sou mais divino, sinto a glória de um alívio, o equilíbrio é contínuo)
Equilibrava a sanidade qual no fio da navalha
Rompi os elos da corrente que me aprisionava
Não vejo mais horizonte entre a terra o céu
Toda beleza da vida agora despe o seu véu
Temi esse momento achando ser derradeiro
Pra descobrir que o que salva é só o amor verdadeiro
Metafísica, a vida toda em combustão
Materializa ao final o que traz o coração
Eu sou menos humano que fui
(Sou mais divino, toda riqueza do mundo já não faz mais sentido)
Eu sou o destino que flui
(Sou mais divino, sinto a glória de um alívio, o equilíbrio é contínuo)
21 gramas, é o peso que uma pessoa perde no momento da morte
Refere-se ao suposto peso da alma
É o mesmo peso carregado pelos que sobrevivem e ficam pra contar a história
Eu sou aquilo que fiz
A vida que já não tenho
Derradeiro suspiro
Deixo amor aos que ficam
Os meu olhos sem brilho
Naquela sala ali jaz
A quem eu deixo saudade
Também desejo a paz
Eu sou menos humano que fui
(Sou mais divino, toda riqueza do mundo já não faz mais sentido)
Eu sou o destino que flui
(Sou mais divino, sinto a glória de um alívio, o equilíbrio é contínuo)