A madrugada murmura, ativa minha loucura
A parte má sempre sufoca a parte pura
O silêncio fala mais alto na madrugada
Pra que chegar ao final, se ao final não tem nada
Nada tinha na minha chegada e nada levarei
Morre um indigente assim como morre um Rei
Nada, nada, pra morrer na praia
Por isso cago e ando pra porra de aplausos e vaia
Toda noite essa voz vem e fala ao meu ouvido
Quando estou a sós ou mesmo estando bem resolvido
Uma espécie de malígno sexto-sentido
Me diz que algo de mal vai acontecer comigo
Não sei se na mão de polícia ou de bandido
Não sei se é traição de mais um falso amigo
Preciso ser mais frio, será que consigo ?
Afinal o joio sempre está sufocando o trigo
Dúvidas afloram recalques antigos
Só me lembro o desfalque e os casos perdidos
Os que queriam destaque, se tornaram inimigos
Chego a conclusão que quem quer ser bom tá fudido
Por isso ponho a cabeça acima do meu coração
Dou razão a lógica, domino a emoção
Me deixar dominar eu não posso
Já aconteceu e hoje eu sou somente os destroços
Na madrugada a escuridão não é só do lado de fora
Tudo que está oculto no coração, aflora
Nessa hora eu já pensei em ir embora
Afinal um filho sabe porque sua mãe chora