Atentado Napalm - The Cypher Respect Vol. 3 Songtexte

Eis a obra mais rara do mundo
Da Vinci no vídeo pintando a 60 quadros por segundo
No dedo o anel de Saturno, a sua mente agora eu imundo
Esse verso é só gota d'água, eu trouxe o Baikal, um lago profundo

Vem!

De pé igual suricate numa pradaria
Onde levam nossos sonhos tipo padaria
O seu PIS ou a pistola, o que sacaria?
Quem não é cabelo avoa, tipo Zacarias "hã"
Pelas ruas da quebrada eu desci, dou um salve
Num moleque boca suja igual Derci Gonçalves
A meta é não ser preso, ele busca ser melhor
Um olho na justiça e um na grana, Serveró

Big Bang social poderá ser um astro, já tem na conta
Pais trabalhando demais, igual sol e a lua, nunca se encontra
Só cara de bandido aqui nenhuma Barbie há
O crime não é o creme, muito menos o de barbear
Eu peco amor, das mãos do Eko a dor
Nas linhas que te cortam ao meio tipo a do Equador
Sem compressão já racha, muita pressão na caixa
Novos Beatles chamam atenção na faixa



Time pesado, plano pensado na calma
Fui convocado, tô fechado com Atentado Napalm
É campo minado, selva de ego, eu quero a liberdade
De cantar com a alma pra quando eu for, só deixar saudade

Lembrei de cada palmo que andei
Às vezes, chorei e me senti só
A estrada é perigosa e sem lei
E quando cansei, vi que era maior
Tive que crescer sem pai, não olhei pra trás
Jamais vou deixar de usar minha voz, nós por nós

Descansem em paz, todos guerreiros
Combatem generais que escoltam dinheiro
Não são tempos de paz
Mira bem, bang
Enquanto eles falam bem mais do que são
Os nossos valem bem mais do que tem

Nós ainda é alta voltagem
Só vírus de alto contágio
Pra valer a vinda
A mensagem não vinga se o discurso é frágil
Ágil na pista, vida é viagem, ponto de vista é projétil
Não duvida de um sonho, moleque
Amanhã é um sólo fértil

No meio da neblina, um raio
Cê já sabe quem é
Dowsha é atitude, né... RAP é Robin Hood
Não é guerra fútil pra ver quem mais curte
É a revolução que ressurge, FÉ!



Eu vou matar quem gosta de fingir
Quem não se defende vai virar defunto
Minha vingança vai ser um prato frio
Por isso que eu tô encomendando presuntos
O que não falta no RAP é cusão que fala bonito e nunca diz nada
Que se foda meu palavreado
Tô vendo bem poucos homens de palavra
Dou aulas com ensinamentos
Da pré história até o pós conceito
Respeito a cultura do gueto
Que soe de esquerda lutar por direitos
O mundo de perna pro ar no inferno que há
Num inverna pra cá
Cês pode votar, eu só quero fumar, cês vão me julgar, mas eu só vim jogar
Não tô falando que eu vou mudar o mundo
Igual Tupac eu só falei que o mundo tem que ser mudado
Cobram postura, sou só um vagabundo
Eu nunca mais neguei, vamos tudo morrer culpado
Caí e me levantei a queda não me deixou mágoas
Fui ao fundo do poço em busca de novas aguas
A corda no pescoço foi usada pra escalada
Quase me enforquei mas cheguei no topo do mapa
Vendo o além que é logo ali
Rezando por um punch eu rogo a Ali
Estilo de Mohamed, nômade eu vim
Criando poesia igual um Rakim
O RAP se tornou o Alcorão daqui
Com a recitação de poemas assim
Que Deus seja Dignificado
E o significado eu entendo pra mim
Sua verdade é referencial
Seu herói é superficial
Mas que se foda o reverencial
Senhor o caralho, o Estado é tão fraco
Que a força é policial



Motivação pras ruas
Relato sonhos como conquistas
Lembro das noites mal dormidas
Pareciam não ser ouvidas
Orações sem respostas
Mas das linhas veio comida
Antes de eu ser uma das apostas
E me perguntam porque tão agressivo?
Olha de onde eu vim pra ser diferente
Ainda não vi motivo
Quantas vezes fingi não ter fome por faltar o do lanche
Hoje olhar meu prato cheio da a sensação de revanche
Algumas noites mal dormidas mas na estrada
Vivendo de faixas não de fachada, nem assunto
Só onde eu piso
Quem era promessa reclamando do que não é justo
Enquanto eu fiz o justo aumentando o quanto custo
No meio da neblina um raio
Cê já sabe quem é
Gigante da norte



Me sinto atemporal no verso, escrevo sobre as rugas do universo
Como se fossem as linhas do caderno onde tô imerso
Enxergando a verdade enquanto os tolos tão dispersos
Defronta o espaço tempo desse mundo tão perverso

Mcs do além
Nosso verso tem
Fragmentos de pedaços do big bang
Rimas e batidas se encontram que nem
Planetas colidindo vindo a mais de cem
Hey
Stefanie, aqui Kayuá mais quem?
Shadown o atentado convoco noiz vem
Óculos de radiação pros irmão nós não para se prepara pra outro big bang
Fei
Ããã
Nós é fora da nave
Acabou o oxigênio e nós tava suave
Eles acharam o porta mas não conseguem entrar
Não tem moral com o universo
Nós que tava com a chave

Perdido numa ilusão
Não se pode ver o tempo e nem pega na mão
Não se pode ver o espaço e toca com a mão
Mas continuam existindo você queria ou não

Presos na dimensão da maldade
Não conseguindo ver a verdade
Eu me desprendo da realidade
Rompendo o espaço tempo com minha sagacidade

Desde a física clássica até quântica
Sem a sua visão romântica e velha presa em formol
PT, PSDB, partido islâmico ou interpol
Nossas casas ainda giram em torno do mesmo sol



Chego num boom bap pesado lembrando os anos 90
Se o corpo tava parado agora já se movimenta
Rap corta como faca de dois gume, te orienta
Não adianta dá uma de macho se tua mãe que te sustenta
Ostenta, quer menta, no seu não vai pimenta
Saiba seu lugar de fala se não sabe o que uma mulher preta enfrenta
Nem argumenta com seu textão
Que fico sonolenta e sei que quer mesmo é chamar atenção
Se não sabe nada do meu universo
Cara gente branca não existe racismo reverso
Muito pra esclarecer, o Egito escurecer, não tá na minha pele
Se pensa em fugir, lembre da coragem de Marielle
Presente, pois somos semente, não entende a dor da chibata
Rima bem feita igual nó de gravata, que também mata
Viva Bambaataa, Stefanie!
Aperto de mão firme, me define, zéfini!



O RAP já foi "Lean Back" hoje o assunto é lean e beque
Din e Mac, Eu ainda toco nos pontos vitais Dim Mak
Pelos campo minado, escapei da cilada Bino
Vi o pó fazendo strike, ruas forradas de pino

Tipo Tom Hanks vivo um náufrago, mas sobrevivi na ilha
Vendo a humanidade morrer na praia igual os bebês da Síria
O RAP foi o caminho, escapei de um beco sem saída
Onde os sonhos custam caro, os meu tô pagando com a vida

Hoje não é pra arrumar emprego que eu tô dando entrevista
Vesti a camisa do RAP, normal espera que ele me vista
Não foi por fama de artista, vim por minha city no mapa
E quando eu for capa de revista, tu pode me julgar pela capa

Cês prenderam Emicida, e agora mataram Marielle
Quem é dedo na ferida, no final sempre se fere
Ainda somos a mosca na sopa que o sistema repele
Nós mata um leão por dia, queremos os casaco de pele

Corrupção gerando ibope pra novela e seriado
É o novo "mecanismo" usado pra te manter alienado
Estado é igual banheiro público, ambiente tóxico
Sentam no trono fazem merda depois dão lugar ao próximo

E o povo no ócio, até o RAP ficou dócil
Fim do Braggadocious assina os cheque viram sócios
Eu tô ligado que negócios são negócios
Mas inimigo enterrado ainda é o meu combustível fóssil

Os humilhados serão exaltados
Somos a voz dos excluídos
O Rap é minha vida
Scratch é música pros meus ouvidos
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