São muito perigos
São duros castigos ao corpo nu na amplidão
Mas vago sem trégua
São sete mil léguas onde os tesouros estão
Quantos ardis sobre a negra nau
O embate é solitário e é forte a correnteza
Vou dar muito além, um erro é fatal
Mas nada me detém: uma Deusa me
quer bem
Periga existir…
Em domínios estrangeiros dou por terra
Uma luz negra paira sobre o vento
Sei das provas que o destino me reserva
Deixo firme as provisões do armamento
Pressinto a batalha monstruosa
Contra a fúria das medusas e gigantes
Levo ao punho minha lança poderosa
E avanço pela escarpa cintilante
Periga existir…
São muitos algozes
São monstros ferozes os guardiões
do templo onde vou
Mas luto sem prece
O céu estremece, quem sabe um
Deus me guiou
Venço num triz o duelo final
Descubro o relicário e encontro a chama acesa
Já posso voltar. O mar é cruel
Mas um vento veloz vem: Uma Deusa
me quer bem!