A peleja do poeta radioativo contra a tecnologia atômica da cidade radioativada no planalto cerebral...
Eu sou um poeta do povo
Eu vivo da esmola alheia
Eu vendo poesia no morro
Na rua na boca na aldeia
Eu tenho o sangue de Cristo
O líquido da minha veia
O sangue que banha meu corpo
O vinho da Santa Ceia
Eu sou um poeta raçudo
Pro meu lado ninguém se bandeia
Eu vivo sozinho no mundo
Caminho que nunca clareia
Eu sou um poeta absurdo
Que rima até poesia
Que rima o pouco e o tudo
Que rima João com Maria
Sou poeta radioativo
Da cidade radioativada
Mas só faltam mais 300 anos
Pra livrar dessa sina danada
Sou poeta radioativo
Na cidade radioativada
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