Ostento sim, mas não é carro, mansão e ilha
Ostento paz e proteção pra mim, pra minha familia
Vejo hoje em dia dinheiro valer mais que a vida,
Já levou varios pro buraco de terra sem saida.
Vi muitas mães, irmãos, chorarem luto
E a canção da vida no radio tocava no mudo
Fazer o que... A vida gira em torno de escolhas
Pique um caderno em branco, as atitudes escrevem as folhas
Ouço facção central, moleque, desde pivete
Hoje em dia é diferente, até os boy ouve rap
Rap não, batida com rima pra vender cd
Realidade cruel não foi feita pra você boy
É assim que é a vida e tem que ser
Pode ouvir o meu som mas o que eu vivi, não quer viver
Se liga jow, dinheiro é pouco e a vida é curta
Pra perder tempo discutindo com filho da puta
Atrasa lado tem de monte esperando uma falha
Mas aqui ninguém é bobo não é fogo de palha
A gente luta soa ajuda e também se esforça
Mas no fim das contas sempre acaba na mesma bosta
Inspiração não preciso buscar no passado
O que inspira é um boy me chamar de favelado
Tadinho, felizmente esse insulto pra nois é nulo
Favelado pra mim, não é insulto, é orgulho
Sistema é louco brinca com fogo em recinto inflamavel
Meu mundo é outro, não é da globo, não nasci influenciavel
Nasci onde carater vale mais que plaque
Onde quem morre e quem mata não sabe o porquê
Eu vi o rap chegar na porta da minha casa
Estacionou na minha porta sem falar nada
Pediu licensa pra entrar
Agora ele já nao sai mais lá de casa
Feliz pra sempre é só no fim do desenho
Nem tudo que eu quis é tudo que eu tenho
Eu peço paz mas eu confesso que nasci na guerra
Morrendo homens, mulheres, crianças, morrendo a terra
Recuperação do ser humano, eu espero
E acredite que o sorriso no meu rosto é sincero
Abaixa o dedo, a voz, a arma irmão
Abre a mente, a bíblia abra o seu coração
Respeito macumbeiro, crente, catolico, ateus
Não desrespeite a confiança e a fé que eu tenho a Deus
Ele me fez vitorioso sem ser merecedor
Só tenho a agradecer, obrigado senhor
Pela familia amigos, parceiros leais
Num mundo onde as pessoas se vendem
Por reais, euro, dolar, ouro, prata não importa irmão
Se vender de qualquer forma pra mim é prostituição
Fazer o que? Cada um tem sua forma de agir, pensar
Você cuida da sua vida, quem sou eu pra julgar
Julgo no rap de quem fez oficios ósseos
Abriu as pernas fez do hip hop negócios
Julgo no cara que me julga sem me conhecer
Quando eu vendia latinha, aonde tava você?
Pra julgar, hey malandro, não seja falso
Nunca ninguém deu idéia prum muleque sujo e descalço