Como dói lembrar de Hiroshima e Nagasaki,
Das cinzas humanas, da terra estéril para a flor
Como dói lembrar de Israel, Irã e Iraque
Com seus filhos órfãos que hoje vagam sem amor.
Jovens sem poder, são governados pelos "homens"
São prostituídos e obrigados a matar,
Marcham como heróis e morrem sempre como heróis,
Pela pátria amada, por uma bandeira de pano.
A mentira do futuro num panfleto ditador,
A navalha da incoerência dos que matam por amor...
Eu sei...
Não haverá amor jamais!
Como dói falar da bíblia falsa dos mortais
Meus filhos respiram o gás mortal das fábricas
Como dói falar dos que ainda organizam o Apartheid,
Do ferro frio do aborto, do ferro frio da covardia,
Como dói falar da extinção dos animais,
Da fauna e a flora mortas pra experiências dos cientistas
Não quero ver poetas nas novas casas sem quintais
Covardes e suicidas são corajosos, são demais.
(Falado)
Numa visão triste e caótica, antigas parabólicas registram
O quadro exdrúxulo do lixo e o luxo.
O pouco para muitos e muito para tão poucos!
Nossos políticos corrompidos, nossos corruptos políticos
Policiais subornados não passam de vítimas subordinadas
Absurdo o abuso dos que avançam os semáforos em vermelho
Vermelho é o sangue dos menores que injetam em suas veias a morte precoce
Os possuídos e os que tomam posse, o fato, o tiro, o partido alto
É gente querendo, cavando a terra e a terra comendo a gente
O índio dono da terra pedindo terra pra gente
E vão injetando doenças nos doentes
E o cemitério dos inocentes?
Candelária, Carandiru, Eldorado dos Carajás, Araguaia...