Contemplo o sol como se só esse me restasse
A condição de ser só nem sempre é só uma fase
A vocação pra ser solitário numa situação
Em que confundem o solidário
Com a de ser otário
Eu 'tô' no páreo e não paro na pista
No porão sonoro ou na casa do c*
Eu não deixo a rima
Ela é quem me guia, me põe pra cima
Evita de eu 'tá' por baixo, ser capacho
De ir na sola de quem pisa
Desfaz os 'esculacho' de quem especula
Os 'zóio' d' lula, os que mal 'regula' a gula
Das agulhas de vinil faço acupuntura
Não deixar os filhos da * 'contamina' a cultura
Eu vou só com meus pergaminhos
O tal do 'é nóis na fita' se perdeu no caminho
Em vários ninhos de cobra
Tem vários caras que cobram postura
Mas, no fim, só,
Censuram a obra
Eu colo com quem sobra
Cultivo o que me resta
Prova viva resiste
Do outro lado da festa
Pagar de favela, de rua, é suave
Pra quem nela não vive
Pra quem dela não sabe
Só conhece de vídeo-clipe
Na vida real o roteiro é mais triste
Fio da navalha, navalha na carne
Que carne resiste ?
As medalhas, as falhas, não necessariamente nessa ordem
A semente 'tá' plantada, o fruto logo se colhe