Fale da vida, seguindo seus passos. Mas fale com a voz da razão.
Siga a saída, desatando seus laços. Não se esqueça do coração.
Haja na lida com brandura de pombo e olhos de gavião.
Seja ainda, mesmo que perca o compasso, o estribilho em toda canção.
Veja meu filho, o quanto aqui é escasso, mas procure a solução.
Força na mente e estenda os braços com a Bahia em ostentação.
Tudo é importante, mas com tantos estilhaços, o reduto é a redenção.
Fale bem claro das idéias do cangaço, elevando o grande lampião.
Grite meu filho, com os punhos cerrados, o quanto somos irmãos.
Fale de Canudos, contemplando os jagunços, Conselheiro e sua população.
Fale da seca, do suor e da caatinga, mas fale com o orgulho na mão.
Fale de Maria Quitéria heroína, resplandecendo a luz do sertão.
Grite meu filho, a voz do seu avô, sustentando toda a geração.
Grite meu filho, a voz do seu pai, com nossas próprias leis em ação.
Grite meu filho, a sua própria voz, forte, em exaltação.
Grite meu filho, a voz de todos nós – pedaço da nossa nação!