Deixei a escola mais cedo
Peguei no campo pesado
Herdei a lida campeira
Fui consertar alambrado
Do lombo fiz o meu trono
Das rédeas fiz o meu rumo
Rezei pra santa madrinha
Fui rebenquear um sebrumo
Ave Maria do campo proteja o verde e o gado
Olhai a china e o piá de força aos desgarrados
Não vou deixar o meu pago
Embora já empobrecido
Se não restou sesmaria
Eu ficarei com resíduos
Se for pra viver de changa
Entre calçadas ou cais
Vou dividir a lasoerte
Com relinchos de baguais
Estribilho.
O meu pai era posteiro
Assim eu me considero
E o clarim que me desperta
É o grito do quero-quero
Se a morte for um cabresto
Pra me arrastar como queira
Eu vou ficando no mais
Para fechar a porteira.